Outubro Rosa e a superação feminina

Outubro Rosa e a superação feminina

Publicado em: 15 out, 2019 às 16:12

Em razão do outubro rosa, o Noticiário P7 desta terça-feira (15) abordou o tema superação feminina.  Joselba Hass, Josiane de Lara Kapp e Juliana da Silva, pacientes de tratamento oncológico contaram suas experiências e as lições aprendidas através da doença.
Joselba está na luta contra um câncer de mama desde outubro de 2016. Apesar do susto ao descobrir a doença, a maneira de enxergar esse momento foi crucial para ela. “No início é um susto bastante grande. Eu fazia prevenção, então para mim foi uma grande surpresa. Era uma época que estava quase me aposentando, já cansada querendo aproveitar um pouco da vida e aí apareceu a doença e veio todo o tratamento. Estou paciente oncológica há 3 anos.  Gosto de dizer que estou paciente oncológica porque o verbo ser da uma característica de permanência e do que a gente já é e eu não sou o câncer, eu estou com câncer, então eu considero uma condição passageira”, relatou Joselba. a gratidão pela vida, foi algo que ela aprendeu com a doença, assim como fortalecimento da fé e relação de união e amor com as pessoas.

Diagnosticada com câncer em março deste ano, Josiane de Lara Kapp foi submetida a uma cirurgia na face em função de um liposarcoma bem diferenciado (raro).  “Levou quase um ano até eu descobrir que era um câncer. No começo não foi fácil, levamos um susto. A gente tem filhos e pensa neles só que acredito que as coisas veem para melhorar e alguma coisa vamos tirar desse problema. E hoje graças a Deus aceitei bem e tendo Deus no coração e fé, tudo dá certo”, contou ela. Para Josiane, colocar Deus em primeiro lugar, foi essencial na luta contra o câncer.

Juliana da Silva foi diagnostica em setembro de 2017 com câncer de mama gestacional. Durante a entrevista, ela contou como foi enfrentar a doença durante a gravidez.

Ela também lembrou as lições que aprendeu enquanto paciente oncológica.  “Todo mundo quando fala em câncer, a primeira coisa que vem na cabeça é a morte, mas encontramos muita vida depois de um diagnóstico de câncer. Um simples balançar de cabelo depois que você reconstitui ele é maravilhoso para um paciente oncológico. Então viva o hoje porque passado já foi e o amanhã a Deus pertence”, destacou ela.
Pacientes oncológicas enfrentam muitas situações de preconceito, como lembrou Joselba.  “Precisamos ainda derrubar muitas barreiras, muitos estigmas e preconceitos ao redor da doença. O câncer é uma mutação em uma célula do seu próprio corpo, você não ‘pega’ câncer. E, no entanto a gente ainda enfrenta muitas situações discriminatórias; quando você perde o cabelo, quando alguém diz que você está com câncer ou quando você mesmo fala, até nos olhares. E não queremos que as pessoas carreguem mais esse fardo dos outros sentirem pena ou agir com preconceito e discriminação. Queremos que seja cada vez mais leve e com certeza esses nossos encontros fortalecem muito a espiritualidade, a união e gratidão pela vida”, disse Hass.

Grupo GRATOS

O GRATOS – Grupo de Apoio a Pacientes em Tratamento Oncológico  tem sido fundamental para pessoas que foram diagnosticadas, mas também, familiares e amigos. As atividades em coletivo contribuem para que este momento seja mais leve de ser enfrentado.
“Há muitos estigmas em torno da doença e o paciente oncológico passa por um processo muito dolorido. Todo o processo de tratamento, diagnóstico, as mudanças no corpo, em toda nossa vida, muda rotina de toda família e amigos. Por isso a união e os momentos de troca de amor, afeto e carinho uma com a outra fortalece. O paciente já tem uma carga muito grande para carregar e essa carga precisa ser leve e isso só vai acontecer com ajuda de amigos”, contou Joselba.
Ela contou que após descobrir a doença conheceu um grupo em Ponta Grossa, mas por questões de logística, sentiu a necessidade de encontros em Palmeira. “Por mais que a família tente te ajudar, eles não sabem o que está passando. Eles não sabem dos seus sintomas das tuas dores, angústias, insônias. Tem uma hora que você acorda no meio da noite e tá todo mundo dormindo e o teu desespero vem, naquela incerteza e angústia”, lembrou Hass.
No mesmo período outras mulheres foram diagnosticadas com isso veio a iniciativa de criar o grupo de apoio que acontece quinzenalmente às terças-feiras a partir das 19h na Gabi Folheados na Rua Coronel Ottoni Ferreira Maciel,  1.215, centro.
Segundo Joselba atualmente cerca de 60 pessoas fazem parte do grupo, sendo uma média de 15 pacientes, além de familiares, amigos e voluntários.
Para mais informações sobre o grupo, as pessoas podem acessar a página do GRATOS no Facebook ou entrar em contato através do (42) 9 9808-9111. Nos encontros, além dos momentos de confraternização e espiritualidade, profissionais de várias áreas também abordam temas como nutrição, psicologia e odontologia, para os participantes. “Às vezes pensa-se que um grupo de apoio ao paciente oncológico é onde as pessoas vão chorar, vão ser tristes e se lamentar e não. E é para ser ao contrário, para encontrar alegria e força”, destacou Joselba.

Fotos: Elder Scolimoski