Há 16 anos no mercado, NatBier conta com 29 estilos de cerveja

Há 16 anos no mercado, NatBier conta com 29 estilos de cerveja

Publicado em: 24 mar, 2018 às 11:13

De acordo com a Revista Veja, Palmeira tem a melhor cerveja do Paraná

Mais que prédios históricos e lugares memoráveis o que faz Palmeira, a Cidade Clima do Brasil ser tão querida e encantadora são as pessoas que aqui vivem ou viveram. Que deixaram legados, construíram famílias, geraram mudanças. Enfim, que fazem a cada dia, que o nosso município seja um lugar cada vez melhor de se viver.

Em um charmoso chalé no centro do município, vive com sua esposa,  Heraldo Gillung, alguém tão apaixonado por cerveja quanto por nossa cidade. Sua casa também divide espaço com sua cervejaria artesanal, a NatBier, empresa reconhecida em várias cidades do Paraná. Não são poucas as pessoas que vem de fora para comprar a cerveja do “Seu Gillung”. E não são poucos aqueles que pedem por sua receita.

Com 29 estilos de cervejas diferentes, a NatBier nasceu 2002 e o reconhecimento do empreendimento local cresce cada vez mais. Heraldo Gillung, fluente em alemão e pioneiro da produção de cervejas em Palmeira, se orgulha em contar que suas bebidas são produzidas segundo a Lei Alemã da Pureza de 1516, apenas com seja água, malte, lúpulo e fermento.  “Eu era agricultor, plantava cevada para a Companhia Antártica Paulista. Eu tomava essas cervejas comuns e elas faziam mal, porque tem milho e isso prejudica a saúde. E meu pai que é alemão dizia que cerveja da Alemanha não faz mal. Então quando comprei o primeiro fusca em 1971 fui para o Paraguai com alguns amigos para comprar a cerveja alemã. Comprei 24 cervejas Paulaner estilo Pilsen e falei ‘vou gelar elas quando meus pais viajarem e vou tomar todas e quero ver se terei dor de cabeça e ressaca no dia seguinte’. Eu não consegui tomar 24, tomei 18, só que no outro dia estava bom, sem ressaca. Então eu pensei ‘é isso que eu quero fazer’, relembra Gillung.

Decidido a fazer de sua paixão um ofício, o mestre cervejeiro realizou vários cursos. “Eu estava meio desistindo quando conheci uma professora da PUCPR (Curitiba) em 2002 que ia dar um curso de tecnologia cervejeira. Ela era mestra cervejeira, formada na Alemanha, assim como o marido. Mais quatro outros formados na Alemanha iam dar esse curso de como fazer cerveja sem conservante e sem cereais não maltados. Porque na verdade a cerveja boa não pode ter nenhum outro ingrediente que não seja água, malte, lúpulo e fermento. E tudo que se acrescenta, além disso, podem prejudicar o nosso fígado e nosso pâncreas”, explica o mestre cervejeiro. Trata-se de um processo natural, por isso é mais demorado já que não inclui produtos químicos. Assim, as cervejas da NatBier, são produzidas apenas com esses quatro ingredientes, seguindo a lei de Pureza Alemã.

O Reconhecimento da Tripel da NatBier

Uma de suas cervejas, a Tripel Monasterium possui o título de melhor cerveja do Paraná, de acordo com a Revista Veja. Entre as 120 cervejas nacionais e estrangeiras de um bar da capital paranaense, a Tripel da NatBier tem o seu destaque. “Todo ano eles fazem um levantamento dos bares e restaurantes nas grandes cidades. Em Curitiba eles visitaram 310 locais. Os repórteres da Veja escolheram o  HoP’n Roll Brewpub.  Esse bar tem 32 chopeiras, com bebidas de países como Bélgica, Alemanha e Estados Unidos, com 120 tipos de cerveja”, conta Gillung.

A publicação da revista Veja enaltece a cerveja produzida na cidade: “Se estiverem engatados vale a pena provar o Tripel Monasterium do município de Palmeira”.  A cerveja que ficou com o primeiro lugar é uma das mais vendidas da NatBier.  “Esse Tripel é uma cerveja estilo trapista, uma receita dos monges trapistas da Bélgica. Eles a fazem há mais de mil anos, então já virou tradição na Europa. Eu sempre compro essa cerveja, tomo e tento fazer a minha ficar como essa. Hoje ela já está bem parecida com a feita na Bélgica, por isso possui boa aceitação em Curitiba”, explica o cervejeiro.

Com exceção da água e da mão de obra, todos os produtos utilizados são importados, como o lúpulo trazido de países como Bélgica, Alemanha e República Tcheca. Dois funcionários auxiliam Gillung na produção das cervejas puro malte, mas o preparo da bebida fica a cargo dele.

Com seu conhecimento excepcional sobre cervejas, Heraldo Gillung coleciona histórias, amigos e muita dedicação pelo que faz.  Para ele, fazer cerveja não é apenas uma profissão, ou um hobby, mas aquilo que lhe dá satisfação. Para Gillung, a cerveja é simplesmente a melhor bebida do mundo. O orgulho ao falar do ramo que escolheu e de sua cervejaria é perceptível em sua voz. “Quando eu comecei a fazer a cerveja, logo que terminei o curso na Universidade Católica, eu convidei um amigo e disse assim pra ele:  Quero que você me faça um favor, eu fiz cerveja e tem um barril de 30 litros para nós tomarmos. Eu vou assar uma costela, começamos sábado de manhã e vamos até o barril berrar. Berrou, nós vamos dormir’. Aí tomamos 30 litros diretos e no outro dia nada. Aí eu pensei ‘ É isso que eu quero fazer’ e continuei fazendo. Hoje tem vários bares em Curitiba que estão solicitando e cada vez aumenta o número de revendedores”, discorre o cervejeiro.

A NatBier está localizada na Rua Coronel Ottoni Ferreira Maciel, próximo ao Estádio João Chede e o telefone para contato é o 3252-3766. Em sua sala de degustação é possível conhecer uma coleção de copos e garrafas da bebida alemã de diversos lugares do mundo, boa parte delas, apreciadas por ele.  Suas cervejas vendidas tanto em barril como em garrafa podem ser adquiridas na sede da NatBier.

A equipe da Rádio Ipiranga agradece ao senhor Gillung pela hospitalidade e atenção que nos recebeu e pelas histórias compartilhadas.  Sua cervejaria artesanal vai muito além da comercialização, faz parte da história de Palmeira e leva o nome de nossa cidade cada vez mais longe. Parabéns pelo trabalho!

Fotos: Bruna Camargo